quarta-feira, 30 de maio de 2007

PROCESSO SELETIVO E O FUTEBOL

O processo seletivo e o futebol Treinador precisa estar preparado para reconhecer talentos Equipe Cidade do Futebol Milhares de garotos tentam, a cada temporada, um lugar nas categorias de base de um grande clube de futebol. Para isso, a porta de entrada é invariavelmente a peneira. Contudo, o início da trajetória está longe de ser o único ponto em que o jogador é submetido a um processo de seleção baseado em suas habilidades e no seu desempenho momentâneo. O problema é que a realidade do futebol é composta por inúmeras variáveis de difícil definição. Essa complexidade torna a avaliação de um jogador um processo árduo e com enorme margem de erro. Baseado no rendimento do atleta em poucos minutos, o treinador muitas vezes comete erros no processo seletivo – o lateral-direito Cafu, capitão da seleção brasileira nas Copas de 2002 e 2006, foi reprovado em 12 testes antes de ingressar nas categorias de base do São Paulo. Existem dois tipos de seleção de jogadores em uma equipe de futebol: a seleção para as categorias de base e a seleção de jogadores como reforços para times de alto rendimento. Nos dois casos, é fundamental que o avaliador tenha uma noção exata das necessidades do grupo que ele está formando. A seleção de jogadores como reforços para equipes de alto rendimento deve acontecer a partir de uma análise minuciosa sobre o atual momento do elenco. A partir daí, o treinador deve determinar (em conjunto com a comissão técnica) as carências e solicitações para complementar as potencialidades do grupo. Em algumas situações, o treinador deve apresentar uma relação nominal de possíveis contratações e deixar à diretoria a responsabilidade de concretizar as negociações. Outro meio é a indicação de atletas ao treinador por meio de um trabalho de profissionais de observação contratados pelo clube. Já nas categorias de base, as carências da equipe não estão tão delineadas quanto no profissional. Por isso, é fundamental que o treinador se guie por alguns conceitos a fim de minimizar a margem de erro nas escolhas. Para escolher um goleiro, por exemplo, o treinador deve procurar atletas com altura, envergadura, palma da mão grande e reflexos apurados. Além disso, deve priorizar agilidade e impulsão como características importantes. Assim como um goleiro, um zagueiro deve ter estatura e impulsão desenvolvida. A diferença é que suas características precisam ser de recuperação rápida, aceleração e explosão anaeróbia. Para um lateral, a estatura é indiferente. Em contrapartida, o jogador que o técnico escolhe para atuar nessa posição deve estar preparado para percorrer longos percursos e mudar rapidamente de direção. A capacidade cognitiva desse jogador deve ser mais apurada que das duas posições citadas anteriormente. A escolha de um volante deve priorizar jogadores com força, habilidade e perfil mais completo. É importante que os atletas dessa posição consigam unir capacidade de marcação e habilidade para tocar a bola e fazer lançamentos. A criatividade também deve estar presente nos meias, mas sem tanta capacidade de marcação. Além disso, o jogador deve ter raciocínio rápido e domínio técnico de habilidade e finalização. A última posição é o ataque. Para escolher um jogador para esse setor, o técnico pode optar por atletas de habilidade e velocidade ou por atletas com estatura e presença de área. É importante que eles tenham explosão anaeróbia. Um ponto comum para todos os atletas é que, além das características físicas, o treinador deve se preocupar com a postura e o comportamento dos atletas. Esses são dois pontos fundamentais para minimizar a chance de erro na hora de escolher reforços. Bibliografia CARRAVETA, Elio. O jogador de futebol – técnicas, treinamento e rendimento. Editora Mercado Aberto, 2001.

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