Como desenvolver o jogador inteligente?
Compreensão do conceito é fundamental para o desenvolvimento dos atletas
Marcelo Augusto Antonelli
O primeiro passo para se desenvolver um jogador inteligente é compreender como é um jogador inteligente. Um jogador inteligente tem como principal característica grande capacidade tática. Mas o que são as capacidades táticas?
Capacidades táticas
Quando abrimos um livro sobre ensino técnico ou tático de futebol, costumamos encontrar capítulos que têm como foco o desenvolvimento das capacidades técnicas dos jogadores, os esquemas táticos ou ações táticas previamente planejadas. Portanto, a maioria dos livros fala sobre aspectos (também chamados de capacidades ou fundamentos) técnicos e sistemas táticos (plataformas de jogo).
Somente para ilustrar o assunto, vejamos alguns exemplos básicos (entre muitos outros) de fundamentos técnicos e esquemas táticos:
· Fundamentos: chute, passe, controle, cabeceio, etc.
· Sistemas táticos: 4-3-3, 4-4-2 em linha ou diamante, 3-5-2, etc.
No entanto, o desenvolvimento das capacidades táticas (que são diferentes dos sistemas táticos), seja individual ou de grupo, no processo de ensino-aprendizagem, ainda é pouco abordado na literatura “futebolística” brasileira.
A própria definição de "capacidades táticas" ainda é um tabu para muitos treinadores, jogadores e torcedores, sendo "leitura do jogo" uma definição freqüentemente utilizada.
Mas quais são os elementos dessa leitura de jogo? Seria possível individualizá-los com a finalidade de desenvolvimento desses componentes?
Baseado em Grecco (1995), considero as capacidades táticas a base tática para o desenvolvimento do atleta. Essa base deve permitir ao atleta perceber os sinais apresentados no jogo e adaptar-se de acordo com os espaços permitidos, o tempo em que ocorrem as ações, a situação do placar e a formação em que se encontram as equipes para que possa reagir com segurança, praticando uma ação que procure a criação de superioridade numérica ou uma vantagem posicional, que seja de ajuda recíproca ao seu companheiro de equipe e integrada à ação do protagonista.
Para tanto, são elementos importantes de serem controlados a variabilidade da ação, o domínio do espaço, a variação do ritmo do deslocamento, a condição física e técnica dos jogadores envolvidos e a antecipação mental da jogada.
Assim sendo, esses são alguns dos atributos a serem desenvolvidos nos atletas, visando o desenvolvimento de suas capacidades táticas e que essas capacidades permitam-lhe adaptar-se e executar com eficácia esquemas táticos essenciais para a busca do rendimento nos jogos esportivos coletivos (ANTONELLI, 1999).
Bibliografia
ANTONELLI, M. A. Aspectos táticos dos jogos coletivos: um estudo com aplicação no futsal. 1999. (Monografia) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, 1999.
GRECCO, P. J. O ensino do comportamento tático nos jogos esportivos coletivos. 1995. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física, 1995.
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COMENTÁRIOS SOBRE ESTE ARTIGO
Luiz Antonio de Oliveira Ramos Filho
16/10/2007 15:13
Parabéns ao autor do artigo, as referências citadas e também ao site Cidade do Futebol, que proporciona conhecimento específico aos estudiosos do futebol.
Quero apenas acrescentar uma referência que trata deste assunto, conhecimento tático e formação do jogador inteligente. Isto é algo novo, onde pelo menos no Brasil, há um costume em dizer de forma simplista que futebol não se ensina, é "dom de Deus" e a criatividade já nasce com o jogador.
Isto acaba sendo uma desculpa para técnicos e professores que não sabem o que é preciso ensinar aos jovens.
A minha indicação:
- Developing Game Intelligence in Soccer (Horst Wein).
O livro em inglês trata com propriedade esse assunto de forma didática e eficiênte para técnicos e professores mais preocupados com o desenvolvimento de seus jogadores do que com os resultados da sua equipe.
Francisco José Alvs
16/10/2007 10:31
Um conteúdo deste naipe nos direciona a uma pesquisa mas aprofundada. Para aqueles que achava que não precisa estudar para jogar futebol, taí uma prova que há uma necessidade do desenvolvimento do raciocínio para saber "pegar os atalhos do campo". Caso contrário, o atleta se demonstra esforçado sem técnica.
Fisiologista Francisco
Lucas Leonardo
15/10/2007 08:19
Fico encantado ao ver num site com destino ao público do futebol a preocupação com um assunto tão sério. A "fomação de jogadores inteligentes".
Surpreendo-me mais ainda em ler um parágrafo todo destacando a necessidade de interação entre jogadores visando a criação de "superioridade númerica ou vantagem posicional".
Para mim que já trabalhei com outros deportos coletivos, basicamente os de quadra - Handebol, Basquetebol e Voleibol - vejo a preocupação com a superioridade numérica como uma necessidade corriqueira nessas modalidades: No handebol, realizar um engajamento que tenha como objetivo "sobrar" o ponta ou o pivô; no voleibol, realizar uma finta vizando o jogo do 1x1 ou 1x0 na realção atacante bloqueio; no basquete, movimentar rapidamente a bola, visando o desmarque de um jogador, através de um corta luz (2x1) criando assim superioridade numérica. Mas no futebol não vejo essa discussão tão presente.
Este tipo de visão, tratada no breve, mas fantástico artigo, é algo que há tempos venho discutindo eu comigo mesmo.
Estudo os Desporto Coletivos e sou adepto da idéia do transfer apontada por Bayer em seu livro "O ensino dos jogos desportivos coletivos", na qual ele cita semelhancas estruturais entre todos os JDC com invasão de território e destaca ainda que muitas das "regras de ação" dessas modalidades se assemelham.
Regras de Ação? Sim, essas "regras" são totalmente relacionadas com a compreensão tática do jogador, ou seja, a criação de linhas de passes, desmarques sem bola, e criação de estratégias coletivas e individuais que façam o jogo ocorrer.
O assunto "criação de superioridade númerica ou vantagem posicional" no futebol não é algo tão convencional. Acredito que muitos jogadores nunca pensaram em realizar uma ação ofensiva visando o desequilibrio defensivo através da criação de Superioridade Numerica.
Acredito que poucos técnicos já tenham pensado nessa como uma possibilidade de estruturação ofensiva. Pois, isso é uma pena!
Parabéns pelo excelente artigo, que coloca essa discuação a cerca da inteligência tática, que fala de forma tão sucinta, mas tão acertadamente sobre o tema.
Parabéns!
CATEGORIA PRÉ MIRIM
AMÉRICA 5 X 0 CAIC-JEQUITIBÁ
COM IGOR DE SÁ MARCANDO 3 GOLS E
BIDO E TANDE 1 GOL CADA
CATEGORIA JUVENIL
AMERICA 2 X 6 ITABUNA
COM UMA PESSIMA ATUAÇÃO DO AMÉRICA
NO 1º TEMPO ONDE ESTAVA PERDENDO POR
5 X 0 REAGINDO NO 2ºTEMPO E GANHANDO
POR 2 X 1 FICANDO O RESULTADO FINAL
6 X 2 PARA O ITABUNA , MAS O AMÉRICA
CONTINUA VIVO NA COMPETIÇÃO TEMOS 12
PONTOS A DISPULTAR COM CHANCES MATEMATICAS
DE CLASSIFICAÇÃO.
A CATEGORIA PRÉ MIRIM DO AMÉRICA JÚNIOR FOI DECLARADO CAMPEÃO DA COPA UNIÃO DE FUTEBOL DE BASE 2007 , PARABÉNS GAROTADA PELO TÍTULO, AGORA VAMOS PARA CONQUISTAR O TITULO NO FUTSAL DA LIF QUE COMEÇA DOMINGO DIA DOIS DE AGOSTO DE 2007, VAMOS A LUTA.
A lª COPA DE FUTEBOL DA ADELBA TEVE O SEU FINAL, NO DOMINGO DIA 19 DE AGOSTO COM OS SEGUINTES JOGOS E SEUS RESUTADOS:
Horários 10:00 HS Lomantense 2 X 4 Ferradense (PRÉ MIRIM)
11:00 HS América Júnior 1 X 2 Lomantense ( MIRIM )
O FERRADENSE PRÉ MIRIM FOI O CAMPEÃO, ENQUANTO O LOMANTENSE FOI O CAMPEÃO DA CATEGORIA MIRIM, PARABÉNS PARA OS CAMPEÕES, PARABÉNS TAMBEM PARA O LOMANTENSE PRÉ MIRIM E O AMÉRICA MIRIM QUE FICARAM COM O VICE CAMPEONATO,E O PROFESSOR ARTUR QUE TEVE BEM COMO O ORGANIZADOR DA COMPETIÇÃO.
A ESCOLINHA JUVENTUS DE ITABUNA PARTICIPOU DA COPA DO BRASIL DE FUTEBOL DE BASE REALIZADA EM CANAVIEIRAS DE 24/06 A 01/07/2007 COM TRÊS CATEGORIAS E SAGROUCE CAMPEÃO EM DUAS CATEGORIA A PRÉ MIRIM E MIRIM ENQUANTO A INFANTIL FICOU EM 3ª LUGAR
PARABENS AOS GAROTOS QUE FIZERAM PARTE DESTA DELEGAÇÃO VITORIOSA.
A ESCOLINHA DE FUTEBOL AMERICA QUE COLOCOU DUAS EQUIPES NAS SEMI FINAIS DA COPA UNIÃO, FICOU APENAS COM UMA, PARA DISPUTAR A FINAL DA COPA UNIÃO 2007, FOI A EQUIPE PRÉ MIRIM QUE VAI DISPUTAR A FINAL COM A EQUIPE DA AABB, BOA SORTE GAROTADA E PARABÊNS POR TER CHEGADO A FINAL VAMOS A LUTA.
Equipe Mirim de futebol society da Escolinha América
etas
Antonina Pertile e Rosa Maria Castilhos Fernandes
Introdução
Meu pontapé inicial se deu quando entrei no Estágio Curricular I e II em Serviço Social, mesmo sem ter muito claro qual seria o processo de trabalho de um Assistente Social no campo de futebol. No decorrer dessa aprendizagem adquiri conhecimentos através da vivência acadêmica na temática: futebol e adolescência.
Observei que a prática do esporte nessa fase tem como vantagem principal, o estímulo à socialização, prevenção ao uso de drogas, maior clareza quanto aos seus objetivos, melhor qualidade de vida e incentivo a auto-estima, entre outros benefícios. Nesse contexto busquei respaldo teórico nos quatro pilares da Unesco: aprender a ser, aprender a aprender, aprender a conviver e aprender a fazer, para que os atletas tivessem um diferencial a mais na sua formação.
Dessa forma, a partir das interações junto aos atletas das Categorias de Base, nascidos em 1991, o trabalho em grupo foi de profunda importância para fortalecê-los em nível social, familiar e intelectual. Trabalhando conceitos como cidadania, autonomia e a constituição da identidade, transformando-os em sujeitos com direitos e responsabilidades, sempre vinculando seus sonhos de se tornarem atletas profissionais.
As dinâmicas de grupo tinham a finalidade de incentivá-los ao enfrentamento das dificuldades, sucessos, insucessos e expectativas nas novas relações que se estabeleciam entre o grupo e a equipe técnica. Os encontros também serviam para amenizar a ausência dos familiares.
As atividades eram sempre dirigidas conforme a necessidade apresentada no momento e sentimentos vividos pelos atletas. A primeira dinâmica realizada para integrar os atletas foi a “rede”, simbolizando que dependemos e precisamos uns dos outros para viver, trabalhar e crescer.
Aos poucos, de acordo com as dinâmicas e técnicas grupais, os integrantes foram adquirindo confiança e se tornaram mais participativos. Observou-se que nem todos demonstravam interesse pelos estudos. Diziam que não precisavam estudar porque iriam ganhar muito dinheiro e que o estudo era dispensável. Foi quando usamos a estratégia da entrevista que ludicamente consistia na fala sobre suas jogadas como se já fossem jogadores profissionais que nós estávamos entrevistando. Cada um deveria ouvir atentamente o que o outro dizia. Foi maravilhoso perceber que os próprios participantes do grupo reprovaram suas entrevistas por conterem expressões mal formuladas. Concluíram que deveriam estudar, porque a comunicação é fundamental para o bom relacionamento e principalmente numa entrevista.
Dessa forma o processo grupal ocorreu num movimento dialético, onde cada temática abordada possibilitava avançar para outros temas de interesse. E foi nestas idas e vindas do movimento dialético, na interação grupal, ocorreram os ajustes e correções de conceitos, preconceitos, tabus, fantasias inconscientes, idéias preconcebidas e estereotipadas, contribuindo para que a mudança esperada acontecesse.
Pensamos em dar início a esse enfrentamento necessário quanto à individualidade e diferenças a partir das dinâmicas de grupo, pois percebemos dificuldades por parte dos adolescentes quanto à opção sexual de um atleta do grupo. Os jovens sempre foram muito críticos com a homossexualidade. A dinâmica escolhida consistia trabalhar com o lúdico, neste momento elegemos a dinâmica do "Gato e o Rato". No desenrolar da brincadeira, cada participante era convidado a fazer o papel do rato para que pudessem fazer a reflexão sobre o que acontece nas relações quando uma pessoa encontra-se numa situação de superioridade ou submissão e qual é o sentimento da que está no papel de submisso. A partir da brincadeira, eles amenizaram as críticas e começaram a aceitar as diferenças porque a experiência da submissão foi impactante.
As atividades lúdicas oportunizam a participação, a aprendizagem, o desenvolvimento do aprender ser, conviver, fazer, a construção e a desconstrução de entendimentos. Assim através das brincadeiras, os atletas tiveram a oportunidade de vivenciar um momento empático e entender os sentimentos daquele colega quando sofre hostilizações por sua forma de ser.
